sexta-feira, outubro 16, 2015

Meu novo corte de cabelo!

Sabe quando você se olha no espelho e, apesar de gostar do que vê, se sente um pouco enjoada? 

Enjoada não é a palavra exata para o que eu sentia quando me olhava no espelho. Apesar de amar o meu black, eu sentia que o meu visual estava um pouco "monótono". Além disso, meu cabelo foi apenas crescendo, ganhando algumas falhas devido ao uso excessivo de grampos e afropuffs. 

Sei que estava segundo com o projeto Esperanza Spalding, mas não ia adiantar deixar apenas o cabelo crescer sem concertar algumas falhas. Sem contar que eu estava namorando esse corte de cabelo há muito tempo!



Bom, corte que fiz chama-se tapered hair cut. Ele é um corte muito usado pelos homens (crespos ou não), mas ganhou força entre as mulheres (principalmente entre as crespas) por ser versátil, prático e muito elegante!

Eu cortei meu cabelo em casa. Estava planejando fazer isso ainda em Londres com a ajuda do namorado, mas ele estava receoso e isso me contagiou. Poderia ter ido em algum dos diversos salões afros que existem lá (porque diferente daqui, lá tem muitos salões que entendem o nosso cabelo) mas quis economizar e fazer isso eu mesma, principalmente ao encontrar diversos vídeos das gringas cortando o próprio cabelo.

Assim que desembarquei no Brasil, passei a tesoura. Devo confessar que não foi fácil. Levei dois dias para acertar o corte. Fiz tudo na tesoura e não usei maquininha pra acertar o corte. Criei uma playlist com os vídeos que me baseei. É só clicar aqui.

Gostei muito do resultado!

Os cuidados são os mesmos que eu tinha antes: hidratações semanais, método LOC para deixar o cabelo bem hidratado e saudável, evito passar óleo onde o cabelo está mais curto pois minha raiz já é muito oleosa e tenho problemas com seborreia. Fazer fitagem ficou mais fácil e rápido e não me sinto mais monótona haha!

Um vídeo muito legal sobre isso é o da Gabi Oliveira. Gosto muito do canal dela. Ela é super engraçada e espontânea.

quarta-feira, outubro 14, 2015

Não destrua nem deixem destruir a sua autoconfiança



Um desabafo rápido em meio a tantos rascunhos e posts que gostaria de publicar antes, mas que necessito fazer pois as palavras e o sentimento ainda estão engasgados na garganta.

Fazem 3 semanas que voltei para o Brasil depois de morar por 6 meses em Londres. Nova vida, novos desafios. Assim que desembarquei em casa, resolvi fazer o corte de cabelo que eu tanto estava desejando (logo logo posto sobre ele). 

Minha mãe gostou muito do corte! Ela mesma já teve o mesmo corte de cabelo que eu tenho agora, com a diferença de que na época ela alisava o cabelo e foi obrigada a adotar esse corte de cabelo por conta de um corte químico após o uso de tintura. 

Ontem eu tive uma entrevista de emprego e estava super animada para isso, já que fui muito mal na última entrevista. Eu já estava arrumada e com o cabelo devidamente arrumado e lindo, com os cachinhos definidos e apontando, do jeito que eu gosto e com menos volume do que eu gostaria. Pena que não tirei uma foto :/

Então minha mãe vem com o seguinte conselho: "Já que você vai a uma entrevista, não deixe seu cabelo assim todo pra cima, dá uma batidinha pra abaixar ele. Não é bom se apresentar com o cabelo todo espetado assim."

Oi? Meu cabelo é crespo! Não me peça pra "baixar" meu cabelo!

Na hora, eu respirei fundo para não soar grosseira, mas a resposta precisava ser. Apenas disse: "Eu sei que a senhora quer me ajudar, mas em relação ao meu cabelo eu peço pra senhora não se meter, pois do meu cabelo cuido eu."

Ela ficou chateada, obviamente. Ela tinha boas intenções achando que estaria me ajudando, mas aquilo só contribuiu para estragar meu humor e minar minha autoconfiança.

Lembrei da minha última tentativa de transição, quando eu havia cortado o cabelo (eu ainda anão tinha feito o bc) e ela perguntou quem tinha feito aquela m... no meu cabelo. Eu chorei e no mesmo dia comprei um pote de relaxante.

Lembrei de como minha mãe não me ensinou a aceitar e amar minhas características desde cedo. Pois desde que me entendo por gente eu alisava o cabelo com pente quente, "apertava" o nariz para deixá-lo mais fino (um dos meus sonhos era fazer rinoplastia. Hoje, fuck that). 

Eu não culpo a minha mãe. Ela é mais uma vítima na nossa sociedade racista (como tantos negros por aí). Na época dela, o racismo era ainda mais agressivo. Hoje, nós temos uma série de recursos para nos proteger, temos uma rede de informações que ajudam a quebrar tabus e a valorizar a nossa identidade. Hoje, os negros enchem o saco dos brancos e eles dizem que somos "vitimistas". Estamos nos emponderando.

Eu percebi que, no meu caso, o caminho teve que ser inverso. Eu é que tenho que ensinar à minha mãe questões sobre identidade e autoestima negra. Eu é que tenho que faze-la aceitar o cabelo que ela me deu. Eu tenho que ensiná-la que se uma empresa implicar com o meu cabelo, essa empresa é racista o bastante para não servir para mim, que eles precisam avaliar o meu CV e não o meu cabelo.

Eu vou ensinar isso aos meus filhos, e, se tiver oportunidade, à minhas sobrinhas. Ganhei autoestima e autoconfiança tarde, mas sempre soube me impor. Eu quero que eles sejam autoconfiantes desde cedo. Essa é a missão de toda mãe (e pai também) negros.

quinta-feira, agosto 27, 2015

Afro puff em cabelos curtos

Um dos meus penteados favoritos é o afro puff. Lembro que antes de fazer o big chop, eu sonhava com o dia em que poderia ter um afro puff também e fiquei muito feliz quando pude faze-lo pela primeira vez.

O afro puff é  o tipo de penteado coringa para muitas crespas e cacheadas. Ele é simples e mesmo assim nos salva nos bad hair days ou quando não  temos muito tempo para fazer um penteado mais elaborado e mesmo assim queremos um visual mais sofisticado. Combina com qualquer tipo de roupa, qualquer ocasião, qualquer situação.  Não é à toa que eu simplesmente amo o afro puff.

Mas, como alegria de pobre dura pouco, usar demais um afro puff também tem seus pontos negativos: você perde a criatividade e a vontade de usar outros penteados, o cabelo quebra demais ao redor da cabeça,  além de perder definição.

Quando usei o afro puff pela primeira vez, meu cabelo ainsa estava bem curto. Eu gostava na época (ainda gosto muito, na verdade) mas hoje percebo o quão curto meu cabelo estava para esse penteado.

Nós, crespas, somos muito criativas. Hoje já existem dicas de como usar um digno afro puff  mesmo com o cabelo curtinho!

Então para que  está ainda com um blackinho e quer usar um afro puff, segue esse vídeo ensinando como isso é possível. 

Enjoy!




segunda-feira, agosto 10, 2015

Sobre turbantes e apropriação cultural

Eu acompanho muitos sites, páginas e grupos no Facebook sobre militância afro e cabelo crespo. O fato é que ao se falar de cabelo crespo torna-se difícil não haver certa militância. Porque todas nós, crespas, sabemos como assumir um cabelo considerado "ruim", "de bombril", "feio", "desleixado"(entre outros tantos adjetivos que permeiam a nossa cultura racista) é um ato de rebeldia. 

Para muitas de nós, assumir o cabelo natural foi motivado por um fator estético no começo, mas com o tempo percebemos o peso político que ele tem. Estamos batendo de frente com o padrão eurocêntrico que existe em nossa sociedade racista.

Sim, nossa sociedade brasileira é ainda muito racista. É o tipo de sociedade que tenta de toda forma apagar as marcas de luta do povo negro. Podemos ver isso em discursos como "o sistema de cotas é a afirmação do próprio racismo", "se tem feriado para a consciência negra deveria ter para as outras raças", "negro vê racismo em tudo", etc (os próprios negros repetem isso). Ou a nossa atitude ao celebrar a representatividade quando não deveríamos nos surpreender ao ver negros bem sucedidos e ocupando espaço na mídia. 

Um dia desses, vi uma postagem de uma colega no Facebook indignada com um artigo de uma blogueira negra criticando os brancos que se apropriam da cultura afro usando turbantes como ícones de moda. Ela é estilista e achava ridículo o argumento de que só negros poderiam usar turbantes. Afinal, turbantes são usados por diversos povos, não só pelos povos africanos.

Ok, ela está certa em certo ponto. Povos do Oriente Médio e da Índia usam turbantes. Não povos brancos. Porém, assim como os ignorantes que não compreendem o porquê de o sistema de cotas ser importante para nós, ela não sabe porque hoje, no ano de 2015, com os avanços tecnológicos, nós, negros, voltamos a usar turbantes fora dos terreiros, fora das senzalas.

Deixa eu contar uma historinha que diz muito sobre o atual mimimi branco:

No final do século XVIII, os turbantes foram usados para tentar repreender mulheres de ascendência africana livres no estado de Louisiana, Estados Unidos. Naquela época a beleza, a maneira como elas arrumavam os cabelos naturais, a vestimenta e os bons modos que tinham atraíam bastante a atenção masculina e despertavam cada vez mais o ciúme das mulheres brancas. 

Como forma de “restabelecer a ordem”, o governador criou uma série de normas conhecidas como “Leis Tignon” por ter como principal determinação que mulheres afrodescendentes, livres ou não, passassem a usar o tignon (um tipo de turbante) para cobrir os cabelos. O que era para ser uma tentativa de fazer distinção de classes e desonra-las teve p efeito contrário: os turbantes viraram itens de beleza graças à criatividade e imaginação destas mulheres.

Eis que a história se repete aqui. Nos livramos da ditadura da chapinha e redescobrimos a beleza e a força dos nossos cabelos afro e dos turbantes. É revolucionário aceitar algo que na nossa cultura sempre foi considerado "inapropriado" ao ponto de fazer com que os próprios negros sentissem vergonha. Nós não fomos os únicos a ver beleza na africanidade. 

Cabelo crespo, turbantes, estampas e acessórios étnicos são tão lindos e legais que a indústria branca quis transformar em "moda" pois, sendo moda, qualquer um pode usar. E como toda moda, um dia deixa de ser cool para ser brega. Isso é uma forma de banalizar a nossa conquista. 

Essa imagem que achei no facebook pode resumir o que eu quero dizer. Enquanto os brancos acharem que podem usar turbante sem entender o significado que ele tem para a nossa identidade, para as nossas raízes, ele estará apenas usando um lenço amarrado na cabeça. A modinha vai passar para vocês. Nossa resistência permanecerá. 
 









terça-feira, julho 14, 2015

Resenha: Shampoo Mane'n Tail


Antes de falar sobre a minha experiência com o Mane'n Tail, preciso contar um pouco a história desse shampoo. 

O Mane'n Tail é um shampoo bastante conhecido e polêmico. Ele é famoso por ser um shampoo que, além de deixar os cabelos mais fortes e brilhosos, também acelera o crescimento. A polêmica se deve ao fato de que o Mane'n Tail ter sido inicialmente desenvolvido para ser usado para lavar cavalos. Isso mesmo, CAVALOS. Não é à toa que o produto se chama "Crina e Cauda" traduzindo para o português. 

Um belo dia, alguém reparou que os cavalos tinham a crina e o rabo brilhante e sedoso, ficou com inveja e decidiu usar para lavar os cabelos. Então, o uso do produto se popularizou como cosmético humano. Mas isso aconteceu há muitos anos atrás. O produto foi adaptado para uso humano, ou seja, não há na composição algo que seja prejudicial para as pessoas. Se assim fosse, não seria vendido em perfumarias ou liberado por órgãos regulamentadores como o FDA.

Eu lembro de ter visto alguns shampoos com cavalos estampados na embalagem. Lembro que usei uma vez um "shampoo pra cavalo" na época em que eu ainda relaxava o cabelo e não lembro de ter sido tao feliz com o resultado de um shampoo (também não  lembro a marca do produto). Não sei se o shampoo que usei era realmente um shampoo para cavalo, mas é sabido que muitas marcas se aproveitaram do sucesso do Mane'n Tail para usar a beleza da crina do cavalo como apelo de marketing.

Obs.: Eu particularmente não vejo problema em usar produtos de uso veterinário, desde que estes não sejam prejudiciais aos humanos. Existe todo um tabu relacionado à denominação "para animais", "uso veterinário", etc, mas existem tantos produtos com compostos realmente prejudiciais para humanos que são vendidos e usados indiscriminadamente (formol, por exemplo).  Eu já usei o Monovin A, que também é usado em cavalos e adorei o resultado (veja resenha aqui). 

O Mane'n Tail era um dos produtos na minha lista de "sonhos de consumo". Eu nunca achei esse produto no Brasil mas encontrei em Londres e tratei de comprar a embalagem tamanho família. O frasco de 946 ml custou £4,99 - cerca de R$ 25 - na Pak's. Descobri depois que existem diversas versões do shampoo. Aliás, existe uma linha completa com condicionadores, leave-ins, pomadas e até produtos para o corpo. A minha é a versão original (Mane'n Tail and body).



Bom, eu queria acelerar o crescimento do cabelo e obter viço. Lavo os cabelos alternadamente, cerca de 2 a 3 vezes por semana e tenho usado o Mane'n Tail por 3 meses. 

Características do produto:

  • Por conter sulfatos, não é recomendado para quem faz no poo. 
  • Shampoo perolado e de textura cremosa.
  • Cheiro muito suave que não permanece no cabelo.
  • Faz muuuuita espuma.
O que eu observei nesse três meses de uso:

  • Crescimento: meu cabelo está mais cheio, mas não sei se o Mane'n Tail contribuiu de fato para isso.
  • Estrutura: meu cabelo continua muito fino e frágil.
  • Aparência: meu cabelo continua opaco. Não notei nenhuma diferença na aparência após o uso do shampoo.
Observações gerais: 

Esse shampoo resseca muito o meu cabelo, por isso evito de usá-lo ao máximo. Não noto nenhuma diferença positiva após lavar o cabelo. O que salva o meu blackinho são os produtos que uso após a lavagem, como condicionadores, hidratantes e óleos vegetais.

Acho que ele é muito forte para cabelo crespo como o meu. Por isso, adicionei um pouco de água pra ver se ele fica mais fraco e de fato senti mudanças no meu cabelo após as lavagens. 

Compraria de novo? Não.

domingo, julho 12, 2015

Inversao capilar funciona?

Estava eu pesquisando sobre métodos para acelerar o crescimento do cabelo quando notei que muitos sites e videos falando sobre a Inversão Capilar. Eu já havia ouvido falar sobre a técnica, mas nunca me interessei de fato em entende-la.

Para quem não conhece, a inversão capilar  consiste em "enganar o couro cabeludo"  para acelerar o crescimento dos cabelos. Para isso, é preciso seguir alguns passos:

1. Massagear o couro cabeludo suavemente com algum óleo vegetal natural de sua preferencia por alguns minutos.;
2. Após a massagem, ficar de cabeça pra baixo (isso mesmo,  de ponta-cabeça) por 5 minutos.
3. O mais importante: a inversão capilar só pode ser feito apenas durante 7 dias seguidos. Após  esse período, deve-se fazer a pausa de 1 mês.

Por que a pausa? Por que a inversão capilar pretende fazer com que mais sangue circule pelo couro cabeludo através das massagens e da posição da cabeça. Se sempre fizermos isso, o couro cabeludo se acostuma e o crescimento deixa de ser acelerado.

Mas quantos centímetros o cabelo cresce normalmente?

É sabido que os cabelos crescem em media 1 cm por mês na maioria das pessoas (esse não deve ser o meu caso). A inversão capilar promete um crescimento de 1 cm em uma semana!

Tentador, não?  Foi for isso que eu tentei. Fiz massagens todas as noites antes de dormir e enfrentei olhares de  "WTF" do namorado por 7 dias seguidos.

Resultado? Para mim, nenhum. A única coisa boa foi que meu cabelo ficou mais hidratado com as umectações diárias.

Conclusão:

Inversão capilar = MITO 

Primeiros contratempos no projeto


Este é o primeiro mês que iniciei o meu Projeto Esperanza Spalding e já enfrento um grande problema...


Meu cabelo é extremamente fino e quebra com muita facilidade. Apesar de estar consciente disso, eu não sou muito delicada com ele na hora de manuseá-lo. Resultado: muita quebra.

Mas o pior é o que o uso excessivo do afro-puff causou no meu blackinho. Algumas áreas do meu cabelo estão com buracos, ou seja, houve uma grande quebra em áreas onde eu amarro a faixa. Eu uso uma meia de nylon para amarrar meu cabelo. No inicio, preciso amarrar forte e quando o cabelo seca, eu deixo o laço mais frouxo.

Tento evitar ao máximo fazer afro-puff mas só esse penteado me ajuda nos bad-hair days ou quando estou sem tempo de fazer fitagem. Além disso, como os buracos ficavam visíveis na lateral e na parte de trás do cabelo, o melhor jeito de esconder isso é usando afro-puff. Ou seja, tá difícil solucionar o problema!

Sei que o melhor a fazer é parar de fazer coisas que danifiquem o meu cabelo, mas para usar meu black completamente solto, precisaria afrranjar outro jeito de disfarçar os buracos. A única solução que encontrei foi cortar o cabelo. 

Sim, cortei um pouquinho. Sei que havia prometido não mais cortar, mas foi preciso. Aparei um pouco nas laterais e bastante atrás.

O que acontece quando você começa a cortar seu próprio cabelo é que você não consegue mais parar! Cada vez que olho no espelho vejo algum defeito que quero consertar. Já pensei ate em fazer um "BC" de novo! Hahaha!

Mas aparar o cabelo já ajudou um pouco. Agora é possível usa-lo solto e disfarçar os buracos com presilhas, grampos ou faixas, como na foto. Mas temo que o grampo ajude a quebrar ainda mais o cabelo.

Pretendo adotar algumas medidas para evitar que meu cabelo quebre novamente, como fazer mais uso de faixas e turbantes, usar penteados protetores, etc.

Vamo que vamo!

domingo, maio 31, 2015

Projeto Esperanza Spalding



Logo após o BC eu tomei algumas medidas para acelerar o crescimento, como o uso do Monovin A, tônico de alho da Gota Dourada, massagem com óleo de rícino, etc. Devo admitir que isso ajudou bastante no crescimento na época.

Estou perto de completar 3 anos de libertação cabelo natural e, apesar de tanto tempo, tenho me sentido insatisfeita com o progresso no crescimento. Muitas pessoas falam que o meu cabelo cresceu muito, mas eu acho que poderia estar bem maior.

Alguns fatos que é preciso lembrar para justificar o tamanho do meu black:

  1. Meu cabelo sempre teve um crescimento demorado
  2. Fator encolhimento
  3. Cortei 40% do cabelo no ano passado
  4. Não cuido do meu cabelo como deveria.
O último item é o único que eu posso reverter e o primeiro eu posso tentar driblar. Por isso, resolvi lançar a mim mesma um desafio. É muito comum ouvirmos falar no Projeto Rapunzel. O meu será o Projeto Esperanza Spalding pelos motivos óbvios :p

Pretendo seguir com o projeto por 3 meses e irei fazer resenhas sobre os produtos e explicar a importância de cada um deles em posts futuros.

Estou muito empolgada! 

Quem tiver dicas e sugestões para me ajudar no Projeto Esperanza, fiquem a vontade! :D


segunda-feira, maio 25, 2015

Feira Afro em Londres



Desde antes eu ter desembarcado em Londres, meu namorado tinha me falado sobre uma feira de produtos afro chamada African Market. Ela acontece todo último sábado do mês (com exceção deste mês, por causa do Bank Holiday).

Ontem resolvemos dar uma conferida e posso dizer que valeu muito a pena!

Na feira, é possível adquirir diversos itens como acessórios, roupas, produtos de origem natural (óleos, manteigas, sabonetes, etc), bolsas, obras de arte, etc.






A vontade de comprar de tudo um pouco era grande, então precisei me controlar. Estava mais interessada em comprar acessórios como turbantes, brincos ou colares. Infelizmente, os produtos eram "caros" (fazendo a conversão de libras em reais), mas valiam muito a pena pela qualidade e pelo trabalho dos artesãos.

Eu acabei comprando uma faixa com estampa étnica linda e a dona da loja fez a amarração para mim. Além de lindíssima com suas tranças azuis, ela era super simpática e acabou me dando uma faixa que eu também havia gostado de presente! 




A faixa ajudou a destacar o meu black, pois, depois disso, as outras expositoras me chamavam para elogiar meu cabelo e perguntar o que eu fazia nele. Isso me deixou muito feliz, pois ultimamente eu tenho andado descontente com o meu cabelo e receber elogios ajudou a melhorar minha auto-estima. 

Além disso, notei como a troca de informações sobre cabelo afro é importante. Para quem não tem cabelo afro fica difícil entender porque a transição e o processo de aceitação é tão importante para nós, mulheres negras. Foram séculos de opressão ao cabelo crespo. Agora estamos nos redescobrindo e aprendendo como lidar com o nosso tipo de cabelo. Cabelo crespo não tem padrão em relação a cuidados. 

Segue o link de algumas expositoras das quais pude conversar na feira:

Afrocentric
https://www.etsy.com/shop/afrocentric805
Facebook: https://www.facebook.com/Afrocentric805?fref=ts
Insta: afrocentric805

Kitenge
www.kitengestore.com
Facebook: kitengestore
Twitter: @kitengestore
Insta: Kitenge.Store

Boa Collections
Insta: boacollections

Artsfro
www.artsfro.myshopify.com

Bold Stitch Handmade
Facebook: bold sitch Handmade

Jek Kah
www.jekkah.com


segunda-feira, abril 27, 2015

32 mesese e um pouco de mimimi

Já fazem dois anos e 8 meses desde que fiz o meu big chop. Como tempo passa rápido! 

Lembro-me de como eu estava ansiosa para que o tempo passasse logo e o meu cabelo crescesse rápido. A trajetória foi divertida: no começo, eu não tinha muita certeza se manteria o meu cabelo ficaria crespo para sempre. No fundo, a intenção era ter cachos e não o cabelo natural. Estava disposta a fazer um permanente. 

Mas, conforme o joão foi crescendo, aprendi a amá-lo e, consequentemente,  a me amar com o cabelo natural. Descobri que meu cabelo não era tão ruim quanto eu imaginava que fosse (aliás, ruim ele era antes com tanta química) e que Deus sabe o que faz: foi esse o cabelo que Ele me deu e, de fato, eu combino muito mais assim. Aliás, ainda estou para ver uma mulher que ficasse feia após assumir o cabelo natural.

O lado bom ou ruim de se dar conta do quanto o tempo passou é ver o resultado alcançado. No meu caso, estou bem chateada.

Chateada porque, após 32 meses, meu cabelo continua curtíssimo.

Chateada quando lembro que merda eu fiz ao decidir "aparar as pontinhas" no Beleza Natural e voltei a ficar joãozinho...

Chateada porque vejo garotas que após poucos meses de big chop já exibem um black imenso e maravilhoso. 

Chateada porque vejo o cabelo da minha irmã, que tem o cabelo bem parecido com o meu, mas que não tem os mesmos cuidados que eu tenho e ainda assim o black dela está imenso e lindo.

Eu sei que cada organismo é diferente, que os produtos que usamos no nosso cabelo agem de forma diferente em cada pessoa. Mesmo assim, é inevitável não desanimar. Já usei  Monovin A, shampoo bomba, tônicos capilares... Agora tô usado shampoo de cavalo.



Não estou arrependida de ter feito big chop. Muito pelo contrário! Foi uma das melhores decisões que tomei na minha vida. Não quero recorrer à químicas para "abrir o cacho" ou mudar a estrutura do meu cabelo. Não me importo que o meu cabelo não caia na testa. 

Eu quero que meu cabelo cresça, não importa se pra cima, se ele caia com o peso... eu só quero que pareça que eu estou há quase 3 anos natural! 

Acredito muitas garotas devem ter sentido o mesmo que eu. Sei que adiantar não vai ajudar em nada, mas sim aumentar os cuidados e pôr em prática o Projeto Rapunzel.

Se alguém tiver dicas para me ajudar, agradeço!





sábado, abril 25, 2015

Resenha: Macadamia Oil Extract Hair Treatment



Antes de falar sobre a máscara de hidratação Macadamia Oil Extract Hair Treatment, eu preciso contar como eu a encontrei, pois trata-se de uma situação curiosa.

Antes de vir pra cá, confesso que não estava cuidando muito bem do meu cabelo. Minhas últimas semanas no Brasil foram corridas e os últimos dias estressantes, com direito a lágrimas, noites mal dormidas e raiva (graças a Deus que no fim deu tudo certo!). Porém, meu cabelo sentiu todas essas alterações de humor. Quando cheguei aqui, ele sofreu ainda mais com as mudanças climáticas: troquei o clima quente e seco de São Paulo pelo clima frio e úmido de Londres.

Meu cabelo estava um bagaço de tão seco. Meu pensamento imediato: nada que um pouco de glicerina para este clima úmido e um pouco de óleo de coco e bepantol não resolvessem. Pois é, não resolveram.

O que eu precisava era de algo mais consistente, como um creme de hidratação. No Brasil, eu estava usando o creme de Mandioca da Haskel (muuuito bom, por sinal) e não trouxe nenhum na bagagem para não pesar. Aliás, eu trouxe poucos produtos para cabelo, colocados em potinhos de 100 ml, porque os meus produtos já estavam no fim e eu não queria trazer peso desnecessário (me arrependo de não ter trazido pelo menos um frasco grande de Yamasterol...)

Pedi ajuda ao meu namorado para encontrar um creme de hidratação. Achei que seria difícil explicar para ele o que era um creme de hidratação por ele ser homem e por ter os cabelos tão lisos e perfeitos que ele não usa nada no cabelo além de shampoo. Nem pente ele usa! :O Mesmo assim, ele me levou a perfumarias e mercados para encontrar algum creme.

Qual não foi a minha surpresa ao constatar que não existe creme de hidratação por aqui!!! Nenhum creme de hidratação da Tresemmè, da Garnier, da Pantene... nada! Simplesmente isso não existe nas prateleiras dos principais supermercados e perfumarias, como Tesco, Sainsbury e Boots.

Imagine o meu desespero! O que eu iria fazer?! Minha única alternativa seria tentar apelar para as receitinhas caseiras.

Um dia, demos uma passadinha numa loja de £0,99 ( tipo as nossas antigas lojas de R$ 1,00) para comprar doces. Essas lojas vendem de tudo e todas as coisas custam realmente 99 pence (eles devolvem 1 pence de troco!). O Freddie disse para eu tentar a sorte e dar uma olhada nos produtos para cabelo. E foi assim que eu encontrei esta maravilha chamada  Macadamia Oil Extract!

Agora sim, vamos falar do produto!

Gente,  Macadamia Oil Extract Hair Treatment é ótimo! Meu cabelo estava muito seco e áspero. No primeiro uso deixei agir por apenas 5 minutos e mesmo assim pude sentir meu cabelo macio novamente. Infelizmente, ainda não pude fazer longos banhos de creme, mas tenho certeza que quando o fizer, terei ótimos resultados.

A indicação de uso é utilizá-lo após o shampoo, secar com a toalha e espalhar nos cabelos da raíz às pontas de 7 a 10 minutos.

A textura dele é leve e espalha fácil no cabelo, o que garante um bom rendimento para o meu comprimento de cabelo, mesmo contendo apenas 250 ml. O cheirinho é muito agradável e leve.

Para quem faz low-poo and no-poo, segue a composição para quem quiser conferir:

Aqua, cetearyl alcohol, dimethicone, behentrimonium methasulfate, propylene G1 Ycol, macadamia ternifolia seed oil, parfum, methylparaben, propylparaben. 

quinta-feira, abril 23, 2015

Sobre trocas inteligentes e sonhos de consumo

Desde antes de decidir parar de usar relaxamento químico no meu cabelo, sempre pesquisei sobre como cuidar, quais produtos usar e como definir melhor os cachos. Li e assisti tantas dicas e resenhas que acabei criando uma listinha com os meus sonhos de consumo.

Muitos dos itens da minha lista eram impossíveis (ou muito difíceis) de encontrar no Brasil (isso que dá assistir resenhas das gringas rsrs). Eu até poderia comprar pela internet, mas como não sou rica, decidi fazer trocas inteligentes e encontrar produtos que me dessem resultados semelhantes. 

Um dos meus sonhos de consumo era a Denman Brush. Sabendo disso, o meu namorado me presenteou com uma assim que cheguei aqui :D Neste post eu relato como descobri uma ótima (e econômica) opção no Brasil para substituir a Denman. Confesso que ainda não tive tempo de testar a Denman, mas assim que o fizer, postarei os resultados.

Outro sonho de consumo era o Eco Styler Gel. A troca inteligente que encontrei foi o Gel D'água. Infelizmente, não postei nenhuma resenha a respeito do Gel D'Água, mas ele está na minha lista de produtos favoritos. Então segue aí uma resenha rápida: ele não contém álcool, não resseca o cabelo e apesar de não ter um poder de fixação muito forte (o que acho ótimo), mantém os cachos definidos o dia todo.

Toda crespa/cacheada sabe (ou deveria saber) o quão importante é proteger o cabelo na hora de dormir. Existem alguns penteados protetores, mas dependendo do comprimento do cabelo torna-se inviável realizá-lo. Então a melhor opção é dormir com uma touca de cetim na cabeça ou utilizar uma fronha do mesmo material. Aqui eu mostro como eu produzi a minha própria touca.

Minha lista de sonhos de consumo não é tão grande e, com sorte, terei a chance de experimentar todos e postar resenhas sobre todos!

sexta-feira, abril 17, 2015

Novidades!



Depois de um longo tempo sem postar, cá estou novamente para contar algumas novidades.

Acho que nas minhas últimas postagens eu ainda estava seguindo a técnica low-poo. Bem, já fazem alguns meses (vários, para ser mais sincera) que eu parei com a técnica. Os motivos deixarei para uma próxima postagem.

Estou morando em Londres há 3 semanas e confesso que uma das minhas principais preocupações era em relação a como eu iria cuidar do meu cabelo aqui na Europa. Não que eu cuidasse do cabelo 100% enquanto estava no Brasil, mas só de pensar que eu teria novamente todo o trabalho de testar produtos para descobrir quais deles eu me adaptaria, já me deixava com uma ruga a mais de preocupação.

Conversei bastante com o meu namorado, Freddie, que sempre tentava me manter positiva dizendo que eu encontraria tudo o que eu precisaria aqui. Confiei nele. O fato de não estar mais amarrada a alguma técnica também me ajudou bastante em relação a experimentar novos produtos de cabelo. Afinal, não perderia tempo lendo rótulos e nem seria olhada por olhos desconfiados nas lojas.

Chegando aqui... que maravilha! Freddie tinha razão! Ele me ajudou bastante me levando em perfumarias e mercados para me mostrar os produtos para cabelo.

A ideia de que na Europa tem poucos negros e por isso a oferta de produtos voltados para esse público nem sempre é verdadeira. Minha irã mora na Noruega e tem dificuldades em encontrar produtos específicos para cabelos étnicos na cidade onde mora. Aqui em Londres, a comunidade negra é imensa! Negros de origem africana, caribenha, negros muçulmanos... I'm not alone! :)

Sem contar que a comunidade muçulmana em geral por aqui é enorme e as mulheres muçulmanas são super vaidosas por baixo de seus véus e burqas. 

Aqui definitivamente não é Brasil, que ainda está aprendendo que negros consomem e tem necessidades específicas para o seu tipo de cabelo/pele.

Uma das primeiras coisas que me chamaram a atenção foi a quantidade de produtos a base de extratos naturais, como óleo de coco, macadâmia, jojoba, mel, etc. E o que assusta mais ainda é que estes produtos não são caros como no Brasil. 

Daí fica a dúvida: por que no Brasil, que tem todos esses extratos à disposição, fabricam poucos produtos ou os vendem tão caro? 

Para citar um exemplo, a primeira coisa que comprei aqui foi uma máscara de hidratação de macadâmia (farei uma resenha sobre ele em um próximo post) por £0,99 (não £1, mas 99 pence porque aqui eles devolvem o seu 1 pence de troco!). E, apesar do preço, o produto é ótimo!

Em seguida, Freddie me mostrou uma loja maravilhosa que só vende produtos para cabelos étnicos. Verdadeiro paraíso! Todos os produtos que sonhei um dia experimentar (depois de ver tantas resenhas e videos das gringas) eu encontrei aqui!!!

Isso me deu um gás novo para testar produtos e contar os resultados aqui no blog. 

Então, preparem-se para mais resenhas!